Olga Azevedo Almeida
Naturalidade – Porto, Portugal
Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas pela FLUP (1982); Mestre em Cultura e Literatura Anglo-americana; Investigadora do Cetaps; Coordenadora de vários projetos nacionais e internacionais e de extensão universitária.
Sou professora de Inglês no ensino secundário desde 1983 e a minha paixão pelo teatro e outras artes performativas foram alimentando a minha constante inquietação na demanda por caminhos que me permitissem ir para além do papel tradicional de professora.
Participei com alunos em alguns projetos nacionais e internacionais tais como Europeen Youth Parliament, Eurotopia 100, Ecotopia, Utopia500, Utopias Europeias, o poder da imaginação e os imperativos do Futuro, entre outros.
Em 2007, na sequência de algum desencanto na forma como o ensino se debatia entre a imobilidade do século passado e as incríveis descobertas feitas pela ciência relativamente ao funcionamento do cérebro humano, regressei à Faculdade de Letras da UP. Descobri a Utopia e o pensamento utópico e algo com que sempre sonhara: ligar o ensino secundário ao ensino superior. Levar os alunos comigo para a investigação e levar as suas opiniões, receios, desejos e forma de ver o mundo.
Não se pode pensar Escola sem pensar em consciência ambiental, consciência social e sentido de justiça, pensamento crítico, respeito e hospitalidade.
A Escola é o lugar por excelência para, precocemente, trabalhar competências e conhecimentos que tornem os alunos seres humanos ativos e conscientes do seu papel transformador na sua comunidade, no seu tempo e no mundo. Não há humanidade sem diversidade, sem cultura e sem conciliação na diferença. A Escola deve estar obrigada a produzir conhecimento não conformado.
A noção de que a desigualdade mata mais do que qualquer doença, e que não se escolhe o lugar ou a família em que nascemos, recorda-nos que esta arbitrariedade nos deve impedir de fechar os olhos e não assumir as nossas responsabilidades. A Escola e a Educação tornam-se ainda mais imprescindíveis neste processo.
A Missão Majajane surgiu da conjugação de vários fatores. Moçambique, um país muito abandonado à sua sorte, com uma enorme desigualdade no acesso a cuidados primários, mas ainda potenciais guardiões de paraísos ecológicos e ambientais. A Missão de Majajane, ainda a dar os primeiros passos, e a Escola a precisar de cumprir os seus desígnios: Mudar e Transformar. Seremos parceiros na troca de conhecimentos e na partilha de recursos que permita concretizar um desenvolvimento mais igualitário, justo e sustentável, em dois espaços concretos. A transformação só se poderá fazer através de vontades bilaterais e a um nível micro. Acredito que o fator multiplicador deste princípio realize muitas Utopias.